E chegou o Shabat! Um dia santo para o judeu, que possui um brilho especial, uma luz diferente! Seu significado literal em Hebráico (שבת) é ligado à descanso, repouso, e inatividade. Mas seu significado além do literal é muito mais amplo do que isso. O Shabat é a primeira das datas santas em memória da partida do Egito, e a ele estão relacionados muitos fatos interessantes e curiosos. Acompanhe os 10 mais importantes deles:
1. A vida fica diferente
No Shabat devemos nos abster de hábitos que faríamos nos dias comuns. Se no cotidiano usamos as redes sociais, trabalhamos, falamos sobre negócios, estudos, séries, jogamos conversa fora, no dia Kadosh (Santo), devemos nos abster de tudo isso. Um dia separado totalmente para O Eterno, nele temos a oportunidade perfeita para nos envolver mais com Torah e Mitzvot, e romper com um ciclo de atividades muito ligadas à materialidade e nossa “alma animal”, que repetimos durante todo o restante da semana.
2. É costume beber vinho no Shabat
O vinho tem presença marcante e garantida no 7° dia. Para nós judeus, o Yayin significa Alegria! Não pode faltar na mesa. Suco de uva também vale, porém deve ser sem adição de açucar. O suco puro é uma ótima opção para as crianças.
3. Acendimento das velas
O Shabat tem início no por do sol de sexta-feira (calendário padrão do ocidente), quando se é possível ver 3 estrelas no céu. 18 minutos antes, é mitzvá as judias acenderem 2 velas. Trazendo harmonia, segurança e o despertar para 2 novas almas judaicas no mundo. Na cultura judaica, a mulher tem o poder e elevação de dar a verdadeira Luz a esse mundo.
4. Comemorando o dia de descanso do início ao fim
Quando se acende as velas de Shabat (ao por do sol da sexta-feira) é celebrado portanto o Cabalat Shabat, que é o recebimento deste dia Kadosh. O Shabat na verdade se inicia, portanto, nesta ocasião, e o motivo para isso é que os judeus seguem o calendário lunar. Assim, o Shabat (que no calendário padrão do ocidente é o dia conhecido como Sábado) inicia-se na verdade neste momento, pelo calendário lunar. Ao final do Shabat, que acontece portanto no Sábado à noite, temos o Havdallá, que é a cerimônia de encerramento e separação entre o 7° dia e uma nova semana. Havdallá significa separação.
Durante toda a celebração, antes das principais refeições, temos o Kidush (Santificação) da noite de Shabat, e o Kidush do dia de Shabat. Em ambos apresentamos o pão e o vinho com o costume de santificar. Isso é feito inclusive em todos os feriados judaicos.
O Shabat só é de fato cumprido em sua totalidade, quando observadas todas estas celebrações.
5. A comida é especial
Cada refeição dos Shabatot (plural de Shabat) deve ser diferente dos outros dias. Nossos sábios ensinam: Se houver carne, bebida ou ou elemento preferido, esse deve ser guardado para uma das refeições do Dia Kadosh. O zelo na mesa de jantar é sempre bem quisto, um banquete bem elaborado, com iguarias gastronômicas, um prato refinado e de boa preparação embelezam a mitzvá.
6. Utiliza-se sempre a melhor roupa
As vestimentas são exclusivamente preparadas durante a semana para serem usadas no dia santo. Por se tratar da melhor ocasião, para nós judeus, a rainha merece honra, e na semana a melhor delas.
7. O Eterno recompensa os que guardam o Shabat
O Shabat é a porta de todas as bençãos! O verdadeiro deleite vem pra quem o honra de forma Alegre e Verdadeira.
“Se apartares do Shabat o teu pé e não prosseguires as tuas empresas no meu santo dia; se ao Shabat chamares deleitoso, santificado pelo Eterno e digno de honra; se o honrares, não seguindo os teus caminhos, nem te ocupando nas tuas empresas, nem falando as tuas palavras; então te deleitarás no Eterno. Eu te farei subir as alturas da terra e te alimentarei com a herança de teu pai Yaakov, porque a boca do Eterno falou.” Yesha’yahu (Isaias) 59:13-14.
Nesse trecho conseguimos identificar um pouco das recompensas de HaShem para com os que guardam o dia santo da Torah.
8. É tradição colocar 2 pães sobre a mesa
A Challá ou no plural, Challot são 2 pães preparados antes da entrada do Dia Santo. Challa (Porção) entregava-se ao Cohen Hagadol (Sumo Sacerdote) na época do Beit Hamikdash (Templo dos Judeus).
Hoje em dia usamos na cerimônia do kidush e tem grande significado representando Parnassá (o Bom sustento) da família e de toda casa. Esses 2 pães sagrados são apresentados ao Eterno pela benção do Hamotsi: “Baruch ata Hashem, Elohênu mêlech haolam, hamotsí lêchem min haárets.” “Bendito sejas Tu, Eterno, nosso Deus, Rei do Universo, que da terra fazes brotar o pão.”
9. Shabat é um mandamento direto
O 4° mandamento para ser mais exato. No sêfer Sh’mot (Êxodo) 20:8, e em D’varim (Deuteronômio) 5:12 Podemos ver essa mitzvá gloriosa!
10. O dia mais importante após o Shabat
“Lembra-te do dia de sábado para santificá-lo”. Na cerimônia do Havdallá, recitamos a seguinte brachá: “Baruch ata Hashem Elochêno melech haolam, Hamavdil bên kodesh lechol uvên or lechôshech, uvên Yisrael laamim, uvên iom hashevií lesheshet iemê hamassê.” “Bendito sejas Tu, Hashem nosso Deus, Rei do Universo, que fazes separar o santo do profano, a luz da escuridão, Israel dos demais povos, e o sétimo dia dos seis dias de trabalho.”
Essa declaração verbal não só afirma que O Eterno nos escolheu dentre todos os povos, mas mantém em nós viva a Hatikvah (Esperança) de um Olam Rabah de gozo e Shalom eterna com o Mashiach. Afinal, o dia mais importante após o Shabat, é o próximo Shabat.
Por Betsalel Ben Avraham