Mas quem são os gentios? A palavra gentio (ou goy) significa estrangeiro, fazendo alusão na realidade aos assimilados culturalmente que perderam-se do judaísmo. Este termo pode ser usado para se referir aos conversos também, como Rav Menachem Schneerson de abençoada memória nos ensina.

As tribos de Benjamim, Judá e Levi são os judeus que nunca abandonaram a D’us e ao culto judaico original, transmitido por Moshe Rabenu (Moisés, nosso rabino). Eles sempre permaneceram ao lado do Eterno D’us de Yisra’el. Já as outras dez tribos foram espalhadas entre as demais nações, se perderam e se assimilaram com outros deuses (crenças destas nações) e agora precisam fazer Te’shuvah, o retorno as raízes da Emunah (confiança em D’us), e da Torá Sagrada.

A parábola do Filho Pródigo também retrata bem isso. Podemos fazer a leitura de que o filho mais novo representa as dez tribos que abandonaram o Pai, e gastaram sua herança com o paganismo, costumes das nações, festas pagãs, e depois se arrependeram e voltaram para a casa do Pai. Benjamim, Judá e Levi representam o filho mais velho que permaneceu com o Pai, como está escrito em Lucas 15:11-32.

No capítulo 11 da carta aos Romanos, Rav Sha’ul exorta esses judeus perdidos que estavam voltando para Yisra’el. Ele fala sobre esses gentios estavam sendo enxertados na oliveira (Yisra’el), e que a raiz (Avraham, Itzchack v’ Yaacov) os sustentaram (espiritualmente), enquanto eles estavam perdidos nas nações.

No entanto, assim como não se coloca vinho novo em odre velho, não se enxerta galho de pinheiro na Oliveira (Judaísmo) que é Yisra’el, e qual leitura deve-se fazer sobre isso? A pergunta agora é: quem são os reais galhos da Oliveira perdidos, e quem são os galhos de pinheiro?

A resposta está relacionada à intenção e vontade que está no coração de cada um em se conectar verdadeiramente com o Criador do Universo, fazer o que ele quer que seja feito (que fomos criados para), para isso, se apegando à Torá. É equivocado pensar que um judeu faz coisas porque é judeu. Na verdade, fazer determinadas coisas, o torna judeu. Primeiro vem a causa, depois o efeito. Então, para ser um galho da Oliveira, e poder fazer Te’shuvah (o enxerto), é preciso de fato se comportar como um galho de Oliveira. Do contrário, seguirá sua vida como um galho de pinheiro, não podendo nunca ser enxertado de volta.

Quando todos os Judeus perdidos retornarem (Te’shuvah) a raiz da Emunah (Judaísmo), isso será a Plenitude dos Gentios, conforme está escrito também em Romanos 11:12.

Por Moshê Ben Avraham